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Programas de TV # 02 - Vila Sésamo

Vila Sésamo

Um dos maiores sucessos dos Anos 70, o programa infantil Vila Sésamo estreava na TV Brasileira, sendo baseada no programa infantil americano Sesamo Street, o programa começou a ser exibido em 1972, pela Rede Globo e Tv Cultura.



Na época,  a TV Cultura e a Rede Globo estavam bastante interessadas em adaptar o programa norte-americano, então criaram uma parceria para exibir a série, pois a Rede Globo não tinha estúdio. A parceria durou de 1972 até 1974. A Rede Globo transmitiu sozinha de 1974 até 1977.

Vila Sésamo era exibido às 10h45 e 16h, e durava de meia a uma hora. Era um programa que trazia noções educativas para as crianças, mas de um modo que não fosse chato, que mesclava a educação com a diversão e uma boa dose de humor.

O cenário, era uma vila onde pessoas e bonecos conviviam com crianças. Ao longo das três fases do programa, eram abordados temas diferentes como as letras, os números, as cores, a higiene, o respeito no trânsito, e outros. Tudo isso acompanhado de desenhos animados e canções compostas pelos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle.

Foi um grande sucesso infantil na TV brasileira. Vila Sésamo só deixou de ser exibida em 1977, por causa dos altos custos da produção e também pelo fim do contrato com a emissora norte-americana.

Personagens


Na versão brasileira, a rua foi transformada em uma vila operária, onde viviam personagens tipicamente brasileiros. O bem-humorado Juca era o faz-tudo local, capaz de consertar qualquer coisa. Sua esposa Gabriela representava a típica mãezona, atenciosa, paciente e doceira de mão cheia. Ana Maria era a professora brincalhona, namorada de Antônio (Flávio Galvão), motorista de caminhão.

O cenário de Vila Sésamo representava essa vila, onde crianças conviviam com adultos e bonecos.
A partir de 1973, quando Vila Sésamo passou a ser totalmente nacional, foram criadas as versões brasileiras dos famosos bonecos Garibaldo e Gugu, por Naum Alves de Souza. Garibaldo (Laerte Morrone) era uma mistura de galinha e pato, alto e desengonçado. Adorava aprender coisas novas e vivia brigando com o mal-humorado Gugu (Roberto Orozco). Sempre ranzinza, Gugu não saía do barril onde morava.

Muitos destes personagens são lembrados até hoje pelas pessoas que assistiram o seriado quando crianças.

Também existia o Funga-Funga, um Tamanduá bem estranho, que adorava cantar e vivia deprimido, pois não o viam como gente. Era o amigo imaginário de Garibaldo, portanto só aparecia para o amigo e para as crianças.

Esses eram os principais personagens do programa, mas ao longo das três fases, Vila Sésamo recebia cada vez mais personagens, pois ainda havia o Edifício, o Professor Leão, o Bruno, o Jujuba, o Marinheiro, o Bidu e muitos outros.

Prêmios


Em 1972, Vila Sésamo recebeu o Troféu Helena Silveira em duas categorias – Melhor Programa Cultural e Revelação Feminina (Sônia Braga) –, além do prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como melhor programa em sua categoria.

O tema Alegria da Vida ganhou no exterior um prêmio de melhor música feita para uma adaptação do Sesame Street.

Fases do Programa


Vila Sésamo I (1972 a 1974) - Foi a fase de estreia do programa, quando ainda era exibido pela TV Cultura e pela Rede Globo. Nesta fase, se cumpriam todas a normas da emissora norte-americana. Por isso eram exibidas um maior número das cenas do Sesame Street, e a apresentação de quadros temáticos em ordem repetitiva. Mas foi a partir de 1973, que Vila Sésamo foi totalmente nacionalizada; com novos personagens, novas músicas, novos roteiros. Durou até o ano de 1974, quando a Rede Globo assumiu toda a produção do seriado. Vila Sésamo tinha coordenação de Wilson Aguiar e direção de cena de Milton Gonçalves; assistência de direção de David Grinberg e produção de Jayme Leite de Godoy Camargo.

Vila Sésamo II (1974 a 1975) - A segunda fase de Vila Sésamo tinha como foco esclarecer noções de higiene, comportamento no trânsito, alfabetização, agricultura, e conflitos entre adultos e crianças. Nesta fase, foram adquiridos novos quadros temáticos, os cenários foram ampliados e Vila Sésamo contou com aproximadamente 800 crianças. Naum Alves de Souza era responsável pela direção de bonecos e Cyro del Nero pela direção de arte. Marcos Almeida Amazonas chefiava a equipe de redação e a psicóloga Maria do Carmo Lui Aranha era chefe da equipe de pesquisa.

Vila Sésamo III (1975 a 1977) - Na terceira e última fase do programa, foram empregando métodos educacionais brasileiros para maior integração com a nossa realidade, foram incluídos 20 novos personagens, além de mais novas temáticas. As únicas cenas não feitas na produção eram as cenas entre Ênio e Beto (cenas do seriado original). A direção de Vila Sésamo nessa fase era de David Grinberg e Milton Gonçalves; a produção estava a cargo de Antônio Ghigonetto e Marcos Amazonas; e a direção executiva era de Wilson Aguiar. Com o fim desta fase, também veio o fim do programa, que ainda hoje deixa saudades.

Curiosidades



  • Apesar de Vila Sésamo ter sua estreia no ano em que as cores chegaram à TV Brasileira (1972), o programa foi produzido totalmente em preto-e-branco. Era por isso que as crianças tinham curiosidades de saber quais eram as cores dos bonecos e fantasias do seriado infantil.
  • A ideia de trazer o programa para o Brasil foi de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni), na época diretor-geral da Central Globo de Produções, e de Cláudio Petraglia, então diretor da TV Cultura. Edwaldo Pacote também fez parte do projeto.
  • A adaptação brasileira da série norte-americana foi a primeira do mundo. O nome da versão nacional foi sugerido pelo próprio Boni. Segundo ele, a tradução literal (“Rua Sésamo”) não estaria de acordo com a realidade brasileira da época, já que o ambiente familiar de convívio das crianças era a vila, e não a rua.
  • Gugu era um boneco da cor verde-musgo, tinha um nariz azul claro e bochechas laranjas; e Funga-Funga tinha a cor laranja. Garibaldo era azul. Ao contrário do Big Bird (o "Garibaldo" da versão original de Vila Sésamo) que tinha as penas amarelas, o Garibaldo do Brasil era azul.
  • A música de abertura do programa contagiava todos os telespectadores, das crianças aos adultos. Alegria da Vida, de Paulo Sérgio Valle, Nelson Motta e Marcos Valle, dizia: “Todo dia é dia, toda hora é hora / De saber que este mundo é seu... / Se você for amigo e companheiro, com alegria e imaginação!/ Vivendo e sorrindo,/ Criando e rindo,/ Será muito feliz e todos... / Serão também!”. Marcos Valle conta que procurou fazer uma melodia moderna e interessante. O tema foi gravado com piano Fender Rhodes e o acompanhamento da orquestra do maestro Waltel Branco.
  • A trilha sonora do seriado infantil acabou rendendo um disco.
  • Em outubro de 2008, Vila Sésamo ganhou nova versão e passou a ser exibido pela TV Cultura, em parceria com a Sesame Workshop. Em sua trilha sonora estavam canções de Vanessa da Mata, Zélia Duncan, Zeca Baleiro, Fernanda Takai, André Abujamra e Badi Assad, com letra e música de Arthur Nestrovski. 
  • Nesta nova versão brasileira o Garibaldo (o ator e diretor Fernando Gomes deu vida ao Garibaldo) tem penas amarelas como na versão original, e não azul como o Garibaldo brasileiro dos anos 70.


Videos


Vila Sésamo: Programa Completo 1972



Vila Sésamo: Só pela Rede Globo 1975



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