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Programas de TV # 03 - Faça Humor, Não Faça Guerra

 "Faça Humor, Não Faça Guerra"  foi um programa de humor que marcou uma importante mudança no cenário televisivo brasileiro quando estreou em 31 de julho de 1970. Para entender seu impacto e inovação, vamos analisar e detalhar seus principais aspectos:



Contexto Histórico de Faça Humor, Não Faça Guerra

Até o final dos anos 1960, os humorísticos da TV Globo eram essencialmente adaptações de formatos consagrados no rádio e no teatro de revista. Esses programas costumavam ter personagens fixos e tramas mais previsíveis, com uma abordagem que não explorava completamente as possibilidades oferecidas pela televisão. 


Inovação no Formato

1. Estrutura dos Quadros:

"Faça Humor, Não Faça Guerra" foi pioneiro ao introduzir uma estrutura diferente. Em vez de seguir a fórmula tradicional de personagens fixos, o programa se destacou por apresentar vários quadros curtos, com no máximo quatro minutos de duração cada. Isso permitiu uma diversidade maior de situações e personagens, e uma abordagem mais rápida e ágil ao humor.


2. Edição e Ritmo:

O ritmo do programa era marcado por uma edição que privilegiava cortes secos e piadas rápidas. Esse estilo de edição ajudava a manter o espectador engajado, criando uma sensação de dinamismo e imprevisibilidade. Os quadros eram interligados por piadas rápidas, o que mantinha a fluidez e o interesse ao longo da exibição.


Criação e Produção

1. Equipe Criativa:

A esquematização dos quadros foi responsabilidade dos veteranos Haroldo Barbosa e Max Nunes, que já tinham experiência em adaptar o humor radiofônico para a televisão com programas como "Bairro Feliz" (1965), "Riso Sinal Aberto" (1966) e "Balança Mas Não Cai" (1968). A equipe de roteiristas inicialmente formada por Jô Soares e Renato Corte Real foi ampliada para incluir Geraldo Alves, Luís Orione, Hugo Bidet e Leon Eliachar. Essa diversidade de roteiristas contribuiu para uma variedade rica e inovadora de quadros e personagens.

2. Direção e Produção:

João Lorêdo foi o diretor responsável pela visão criativa do programa, enquanto Ruy Mattos cuidou da produção. Juntos, eles conseguiram implementar a estrutura inovadora do programa e garantir a sua execução de forma eficaz.


Impacto e Recepção

1. Recepção do Público:

O programa foi bem recebido por oferecer uma abordagem nova e refrescante ao humor televisivo. A mudança no formato ajudou a capturar a atenção do público e a se destacar dos programas de humor existentes na época.

2. Prêmios e Reconhecimento:


O sucesso de "Faça Humor, Não Faça Guerra" foi evidenciado por suas conquistas em premiações. Em 1971, o programa foi reconhecido como o melhor programa de humor em várias premiações, incluindo os troféus Repórter, Helena Silveira e Antena de Ouro. Essas conquistas sublinham a aceitação positiva do novo formato e a inovação que trouxe para a televisão brasileira.


Personagens e Quadros

1. Personagens Memoráveis:

O programa contou com uma gama de personagens memoráveis interpretados por Jô Soares e Renato Corte Real. Entre eles estavam o Bêbado, o professor Gengir Khan, e a Norminha, que se tornou um dos maiores sucessos do programa com sua filosofia "paz, amor, som e Norminha"

2. Variedade de Situações:

Os quadros eram projetados para evitar a mesmice, com uma variedade de situações e personagens, o que ajudava a manter o programa fresco e interessante. 


Conclusão

"Faça Humor, Não Faça Guerra" representou uma importante inovação no humor televisivo no Brasil, quebrando com as tradições do rádio e do teatro de revista e explorando as novas possibilidades da televisão. Com sua estrutura de quadros curtos, edição ágil e uma equipe criativa talentosa, o programa deixou um legado duradouro na forma como o humor é apresentado na TV brasileira.


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Vamos rever a abertura original:



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